sentido.
Comecemos com o clássico Segura o Tchan, da não menos clássica banda É o Tchan do Brasil, dos célebres cantores Beto Jamaica e Cumpadre Washington (que não estão mais lá, inclusive). Preste bem atenção na letra:
Pau que nasce torto
Nunca se endireita
Menina que requebra
A mãe pega na cabeça
Pau que nasce torto nunca se endireita
Menina que requebra
A mãe pega na cabeça (????????)
Comentário: A mãe pega na cabeça de quem? Da menina? Do homem que nunca se indireita?
Domingo ela não vai
Vai, vai
Domingo ela não vai não
Vai, vai, vai (????)
Comentário: Não vai aonde meu Deus? No forró? Arrasta-pé? Baile?
Segure o tchan
Amarre o tchan
Segure o tchan tchan tchan
Comentário: Perceba que uma estrofe não tem nada a ver com a outra
Tudo que é perfeito a gente pega pelo braço
Joga ela no meio
Mete em cima
Mete em baixo
Comentário: Tudo que é perfeito a gente pega pelo braço (repare o quão poética é essa parte)
Depois de nove meses
Você vê o resultado
Depois de nove meses
Você vê o resultado
Segure o tchan...
Comentário: Lanço aqui o desafio - alguém sabe me dizer do que trata essa música? Isso tem que ser tema de aula de literatura, tal a qualidade da composição.
Uma pena que não consegui achar o autor desta pérola, porque merecia um prêmio pela qualidade da canção. Aguarde, pois já estou reservando novas "preciosidades" para enriquecer ainda mais esta série.
3 comments:
huahuahuahuahu Gran curti já!
primeiro post que li me animei com a idéia!
vou voltar e escrever lá tb cara
teremos tipo uma "disputa intelectual saudável"
Abração!
Adoro a discussão de letras de música absurdas!!!
Infelizmente, minha cabeça é cheia de cultura inútil, então vamos lá.
Nos primórdios das loiras barangas rebolativas, o "É o Tchan" chamava "Gerasamba". Teve uma treta com um outro grupo desses e eles tiveram de mudar de nome. O original da letra, então, que era "Esse é o Gerasamba arrebentando no pedaço / Joga lá no meio / Mete em cima, mete embaixo" teve de ser mudado. E eles compuseram a MARAVILHA "Tudo que é perfeito a gente pega pelo braço", mantendo o mesmo final chulo. Que beleza, que poesia!
É bem isso que você colocou mesmo: um monte de frases desconexas. Acho, na verdade, que essas músicas só eram feitas para depois não dizerem que as minas estavam rebolando e descendo na boquinha da garrafa ao som de nada, à toa. E para justificar a presença do Cumpadi Washington no palco, claro.
Quando tive insolação, essa era a música que ficava tocando na minha cabeça enquanto eu tomava soro. Que maldição!
A segunda estrofe da música me parece óbvia. Trata-se da elucidação de um coito desprovido de métodos anticoncepcionais.
Já a primeira estrofe cabe análise literária mais profunda. Mas o desafio está em compreender a sintaxe da canção.
O pau nasce torno e nunca se endireita é a menina que vive a requebrar. Na Bahia, o termo "pega na cabeça" é o mesmo que "pegar no pé", "encher o saco", em São Paulo.
Logo, a mãe "pega na cabeça" da menina que vive a requebrar porque ela nunca se endireita.
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